Guilherme Cortez quer mudar nome da rodovia Castelo Branco para Eunice Paiva

Deputado Estadual Guilherme Cortez propõe Projeto de Lei para alterar nome da Rodovia Castelo Branco para Rodovia Eunice Paiva.

4 mar 2025, 11:56 Tempo de leitura: 2 minutos, 10 segundos
Guilherme Cortez quer mudar nome da rodovia Castelo Branco para Eunice Paiva

O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) apresentou um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para renomear a Rodovia Castelo Branco – uma das principais vias do estado – como Rodovia Eunice Paiva. O PL 161/2025 reacende o debate sobre memória, verdade e justiça no Brasil.

“Acredito ser um momento oportuno para discutirmos os símbolos nacionais e estaduais que preservam ainda hoje homenagens a agentes da ditadura”, afirma Cortez. 

A discussão surge em meio à repercussão do filme Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar 2025, na categoria de melhor filme internacional, que conta a história de Eunice e de sua incansável busca por justiça após o desaparecimento e assassinato de seu marido, o deputado federal Rubens Paiva.

Eunice Paiva foi uma advogada de destaque e uma incansável defensora dos direitos humanos, tornando-se um símbolo da resistência à ditadura militar e da luta das famílias de mortos e desaparecidos políticos no Brasil. Além disso, teve atuação fundamental na defesa dos direitos dos povos indígenas. Sua trajetória de enfrentamento ao autoritarismo e seu papel na construção da democracia brasileira são amplamente reconhecidos dentro e fora do país.

Cortez destaca que o atual nome da rodovia – uma homenagem a Castelo Branco, primeiro presidente do regime militar instaurado pelo golpe de 1964 – carrega consigo a memória da violência de Estado, da repressão e da perseguição política. Ao propor o nome de Eunice Paiva para substituir o de Castelo Branco, o parlamentar busca resgatar uma memória democrática e reconhecer figuras que lutaram em defesa dos direitos humanos e da liberdade.

“Ao rebatizar essa rodovia, estamos reafirmando o compromisso do estado de São Paulo com a verdade histórica e com o respeito as vítimas da ditadura. Eunice Paiva representa coragem, dignidade e a luta por um Brasil mais justo e democrático”, complementa o parlamentar.

A proposta também dialoga com uma demanda histórica de movimentos de direitos humanos e da sociedade civil, que defendem a revisão de homenagens a figuras ligadas à ditadura, substituindo-as por nomes de pessoas que lutaram pela democracia.

O projeto já começa a mobilizar parlamentares, entidades e familiares de vítimas da ditadura, que enxergam na mudança um gesto simbólico fundamental para fortalecer a memória e a preservação da verdade histórica no país, além de ter grande repercursão na mídia.
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